Tive esse sonho, sonhando acordado. Voávamos pelas estradas, protegidos no reluzente escarlate de um Thunderbird-66. Éramos estranhos; e no entanto ali estávamos, lado a lado, na distância próxima que nos aproxima, e distancia. Resistindo às disritmias. Alimentados pelo frescor dos campos e árvores - manchas bucólicas de variados verdes sob nossos olhos cerrados. Assim teria sido em alguma outra realidade intangível. Sentíamos o vento (e "o vento é um presságio que tem toque de lembrança"). A estrada seguia à frente, cinza, amarela, reta, mansa; e seguíamos emaranhados em nossas vontades que talvez colidissem. Colisão. Um sopro seu poderia se tornar terremoto em Osaka, e sob as abas do meu chapéu de cowboy eu apreciaria a grandiosidade da Torre de Tokyo, esperando talvez que um terremoto familiar aos batimentos no peito a destruísse. Como não adorar tudo em você?