quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

da canção que consegue alçar vôo...


"Pego-me refletindo sobre a humanidade. Sua atitude em relação à dádiva de minha irmã é muito estranha. Por que temem as terras sem sol? Morrer é tão natural quanto nascer. Mas todos têm medo da morte. Pavor. Inutilmente, tentam aplacar seu toque. Eles não a amam. Há milhares de anos, ouvi uma canção num sonho, uma canção de morte que exaltava a sua dádiva. Ainda me lembro. 'A morte está diante de mim hoje: Como a recuperação de um doente, como a ida a um jardim após a enfermidade. A morte está diante de mim hoje: Como o cheiro da mirra, como sentar sob uma vela num bom vento. A morte está diante de mim hoje: Como o curso de um riacho, como o retorno de um homem da guerra para sua casa. A morte está diante de mim hoje: Como o lar que um homem anseia, após passar anos em uma prisão.' ...Caminho ao seu lado, e as trevas abandonam minha alma. Eu caminho com ela e ouço as batidas suaves de asas..."