sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Sabores da intimidade...

{[Kwan Yin : Misericórdia]}

“Você vai para o calabouço a fim de descobrir como fazer paz com seus dias?”

Quem sente na boca os sabores da intimidade? Um início com cheiros de infância, texturas de uma vida de “Há muito...”, um “Há muito...” que diante do Tempo foi ontem, quando o sol se pôs. Texturas de um tempo ao alcance das mãos de criança, sede de vida, aventuras de pequeno sonhador. Rua infinita, brincadeiras de moleque e frustração de Ícaro escondida no sorriso de inocência: Estou contente que eu tenha batido figurativamente em seu punho. Você riu, uma risada provocativa e disse "Venha cá, deixe eu cortar suas asas". Uma rua, uma valise de pequenas descobertas; o “Não ponha a mão na tomada ou vai levar choque!” habitando o pensar de gestos mínimos; hora de compreender que a ordem das coisas é por natureza desordenada: O Sr. Certinho estava com medo de voar. Ele arrumou sua mala e beijou os filhos, dizendo "Tchau tchau!". Ele esperou a vidinha toda para pegar aquele vôo. E quando o avião caiu ele pensou "Bem, isso não é legal...". Baú das memórias, crescimento não-vertical - edição videoclíptica que atinge as mentes inquietas e se apressa na busca por lições que talvez não venham. Sonhos nascem, sonhos de quem sente no peito uma força capaz de mudar o mundo: Eu me lembro vivamente um dia, anos atrás. Estávamos acampando, e você sabia mais do que supunha saber. E disse “Jamais quero sofrer uma lavagem cerebral.” Entre sonhos o crescer, e o crescer inexistente faz surgir o "cresci"; insegurança do desconhecido, dúvidas e medo, anseio de afago, de modo a não afundar: E estou assustado com os caminhos corruptos dessa terra. Se ao menos eu pudesse encontrar o Criador... E estou fascinado pelo homem espiritual. Me sinto pequeno diante da sua natureza humilde. Tijolos assimétricos da construção: fragmentos solidificados pelo tempo, flexíveis no ciclo inevitável de mutação. Eu culpo a todas as pessoas, menos a mim mesmo. Minha agressividade passiva pode ser devastadora. Eu sou assustado e desconfiado, e você nunca conheceu alguém tão fechado quanto, às vezes, eu sou. As horas avançam lá fora, aqui dentro a história descansa; entender a razão de fatos se tornarem sentimento. Abrir o baú de memórias, escutar a música que acompanha a vida, toda uma vida, caminhando lado a lado como um bom companheiro de viagem. É assim com os filmes, é assim com os livros. É assim com todas as histórias que têm nas células alguma ligação verdadeira com quem busca um Encontro. Por tudo isso, todo esse pouco que soa tanto, por isso tudo fica bem... porque uma das minhas mãos está no bolso, e a outra está chamando um táxi.