sexta-feira, 3 de abril de 2009

Sob um teto molhado...


Ela estremece com o peso da enxurrada. Sob a transparência do guarda-chuva espera pelo ônibus, ou um pequeno milagre. Um estranho se encolhe ao seu lado, entre luzes desfocadas e ar gélido. Compadecida, ela oferece um lugar sob o seu teto transparente, ele aceita. Diz ao estranho que toda a água que caía não conseguia lavar a cidade. Ele sorri, concordando. Imagina que ela tenha se referido às ruas. A chuva abranda e, refeito, ele se põe a correr, sem entender que ela se referia à outras coisas.