domingo, 21 de março de 2010

da (fúria da) chuva...

Ela vem, e sua voz retumba em força descomedida (nessas gotas que me inundam): fúria. E embora eu devesse temê-la, continuo... meus pés cravados em terra úmida, a espera do pequeno milagre que não virá. Ela não traz palavras de conforto, traz apenas sua verdade, indiscutível verdade: fúria. Continuarei em mim, e carregarei em mim um pouco de sua força. Sua voz será a minha, mesmo que por poucos instantes. E sua voz fará da ordem desordem. E ela destruirá edificações; e tal como nas antigas profecias marcará suas pegadas tonais nas páginas do Grande Livro.

Morrem os segundos.

Ela canta. Estremeço. E a levo.