Era um gato preto. Deitado com toda manhosidade na quina do telhado. Notei a altura. Achei incoerente, achei incongruente. Metros e metros de telhas planas, e o gato deitado na quina do telhado. Tinha os olhos semicerrados, langorosos; respirava com toda a calma, meditava enquanto o sol descia. E quando o sol desceu eu entendi. A ele só faria sentido a quina onde, mesmo tranquilo, pudesse arriscar.